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Archive for the ‘Repertório’ Category

A Missa Pastoralis Bohemica de Jakub Jan Ryba, na Chéquia principalmente chamada de Missa de Natal de Ryba (ou Ei, Maestro, de acordo com a letra do solo inicial do tenor), foi escrita em 1796 durante o período mais calmo e feliz da vida do seu autor.

As missas de Natal checas são um produto típico do século XVIII. Até então, todas as missas eram em latim, a Igreja não admitia excepções nesta matéria. Foi somente por influência das pastorelas (paralelas aos vilancicos da Península Ibérica), pequenas composições vocais-instrumentais sobre o nascimento do Senhor, que a língua checa passou a ser também mais utilizada no meio eclesial. Os criadores dessas obras costumavam ser mestres de escola checos, residentes no campo, que, além de seus deveres na escola, também estavam intimamente envolvidos em produções musicais na igreja.

Entre eles estava Jakub Jan Ryba (nascido em 1765 em Přeštice, falecido em 1815 em Rožmitál), que estudou no liceu dos Escolápios em Praga entre 1780 e 1785 e, embora originalmente quisesse ser padre, dedicou-se intensamente à música. Circunstâncias familiares trouxeram-no de volta à província, para as vilas de Nepomuk e Mníšek, onde primeiro foi assistente de professor, e depois, em 1788, conseguiu um cargo permanente de professor em Rožmitál, onde permaneceu até à sua morte. Viveu na pobreza e em constantes conflitos, em que por questões de sobrevivência, teve de lutar por aquilo a que tinha direito, sofrendo com o facto de a sua missão de ensino iluminista não ser compreendida pelos que o rodeavam e mesmo o seu talento musical não era devidamente reconhecido.

Toda a peça musical Missa Pastoralis Bohemica, pela sua simplicidade e encanto, pode ser considerada uma espécie de auto de natal inscrito na estrutura de uma missa. O enredo simples da anunciação do nascimento de Cristo e da chegada dos pastores à manjedoura tem pouco a ver com o próprio conceito de uma missa – com excepção do Sanctus, a oração que tradicionalmente é rezada no respectivo momento. Todas as outras partes da Missa de Ryba são adaptadas a um propósito completamente diferente: à celebração da vinda ao mundo do Salvador. Contrariamente às missas latinas, musicalmente não tem nada de extraordinário, o Graduale tem o caráter de uma polca checa, o Offertorium é uma espécie de serenata dos músicos checos junto do presépio, sendo todo o enredo bíblico transferido para um ambiente doméstico e apenas formalmente atribuído a diferentes partes tradicionais e fixas de uma missa.

A Missa de Ryba tornou-se popular logo após a sua criação. Da paróquia de Rožmitál, onde era realizada todos os anos mesmo após a morte do autor, rapidamente se espalhou por toda a Boémia. Pouco a pouco, tornou-se um símbolo do Natal checo.

PAUTAS & GRAVAÇÕES

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strevicek-se-stuzkou-2Odwiązała mi się u trzewiczka wstążka,
ty sie we mnie kochasz a ja ani kąska.
Nie kochej sie we mnie bo to nadaremnie,
bo nie będziesz miał, syneczku, kochaneczki ze mnie.

Desatou-se o laço no meu sapato,
Tu gostas de mim e eu nem um pouco.
Não gostes de mim porque é em vão,
porque não vais ter em mim, rapaz, uma namorada.

kilar

WOLJCIECH KILAR
1932 – 2013
Compositor polaco clássico e de música para o cinema

Tendo recebido sucesso como um compositor clássico, Kilar ficou mundialmente conhecido pela sua música do cinema, destacando-se as suas obras nos filmes Drácula de Bram Stoker de Francis Ford Coppola ou O Pianista de Roman Polanski. Os temas inesquecíveis, conhecidos por milhões de fãs de cinema, são fruto do grande talento do compositor para uma síntese musical do conteúdo do filme.

Na década de 1960, Kilar compôs, a pedido do grupo folclórico “Śląsk”, cerca de 30 canções e danças tradicionais da Silésia e outras regiões da Polónia. Estas canções tornaram-se um excelente exemplo de virtuosismo na operação de um conjunto vocal-instrumental e de “vitalismo” tipicamente kilariano.

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Graças à maestrina Markéta Chumová, o nosso Coro Slava continua a cantar mesmo na hora das distâncias (vídeo publicado em 14 de Maio de 2020)

Ej lasko lasko

Canção popular do cancioneiro “Canções Nacionais Moravas com Melodias Introduzidas no Texto” (Moravské národní písně s nápěvy do textu vřazenými, Brno 1853 – 1860) de autoria de František Sušil, «guardião e aprimorador da língua materna, educador de arte poética e coleccionador de preciosos frutos poéticos da Musa nacional. Em cada um desses sentidos, František Sušil realizou obras que asseguram a sua memória eterna e agradecimento nos nossos corações e nas gerações vindouras na Morávia e na Boémia.» (Jan Neruda)

PAUTA

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Shto y pa moru (O que há no mar azul) Balada popular belorussa da região de Gomel, do século xii.

https://soundcloud.com/speuny-shod/guda

 

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Letra completa

Gdy śliczna Panna é uma canção de Natal, em polaco kolęda que vem da palavra latina calendae (“o primeiro dia do mês”). A tradição de cantar estas canções foi relacionada com a tradição de desejar boas festas de Natal e do Ano Novo. Gdy śliczna Panna data do século XVII, sendo a letra e a música anónimas. É uma das canções mais populares da Polónia e tem forma de uma canção de embalar. No texto aparecem muitos diminutivos ((dzieciąteczko “criancinha”, paniąteczko “senhorzinho”, kwiateczku “florzinha”, syneczku “filhinho”), que refletem o carinho e o amor da mãe para com a sua criança. Gdy śliczna Panna era muito popular nos século XVII–XIX, especialmente nos conventos femininos.

 Gdy śliczna panna

Gdy śliczna Panna Syna kołysała             
Z wielkim weselem tak jemu śpiewała:  
Li, li, li, li, laj, moje Dzieciąteczko           
Li, li, li, li, laj, moje Paniąteczko

Quando a graciosa Virgem o seu Filho embalava
Com muita alegria assim Lhe cantava:
Li, li, li, li, lai, meu Bebezinho
Li, li, li, li, lai, meu Senhorzinho

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Mariánské Ave

1. Stotisíckrát pozdravuji,
k tobě lásku obnovuji:
ach mé, ach mé pozdravení
budiž tebe zvelebení.

2. Budiž zdráva, vychválená,
Panno Matko oslavená,
s hvězdami korunovaná,
v lásce Boží vychovaná.

3. Hrdličko má, ó ptáčku můj,
ach holubičko, kýž jsem tvůj,
abych s tebou prozpěvoval,
Syna tvého vychvaloval!

Ave Mariano

1. Cem mil vezes saúdo,
renovando o amor que Te tenho:
ah minha, ah minha saudação
seja a Tua adoração.

2. Saúdo-Te, louvada,
Nossa Senhora glorificada,
com estrelas coroada,
no amor Divino criada.

3. Rola minha, oh passarinho meu,
ah pombinha, que seja Teu
para cantar contigo,
louvando o Teu Filho!

Adam Václav Michna de Otradovice (1600 –1676)

Poeta, compositor e organista checo barroco

Oriundo de uma antiga família nobre, foi durante longos anos organista na sua natal Boémia do Sul, onde possuía um solar com comércio de vinhos. Afectado emocionalmente pela recessão da vida nacional após a Batalha da Montanha Branca (em que foi derrotada a nobreza checa protestante pelos exércitos católicos) e a consequente decadência da arte musical, escreveu as suas obras mais famosas:

  • Música Mariana Checa (Česká mariánská muzika), 1647
  • Cancioneiro do Ano Santo (Svatoroční muzika, aneb sváteční kancionál), 1669
  • O Alaúde Checo

Em 1673 legou um património importante em benefício de músicos estudantes no seminário da Catedral de S. Vitus (no Castelo de Praga). Em 1676, sucumbiu à reacção negativa à sua obra, cometendo suicídio.

Muitas canções de Michna foram retomadas em cancioneiros posteriores, tornando-se populares. Apesar do seu carácter popular e uma certa ingenuidade, ou graças a eles, a obra poética e musical de Michna figura entre as melhores obras do barroco checo.

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Bogomati sa Bogodetom - Umiljenije, 1350, Mosteiro Dečani, Sérvia

Bogoriditse Dyevo, raduysia,

Blagodatnaya Mariye,

Ghospod s Toboyu.

Blagoslovenna Ti v zhenah,

i blagosloven plod chreva Tvoyego,

yako Spasa rodila yesi dush nashih.

Alegra-te Virgem Mãe de Deus,

Maria cheia de graça,

O Senhor contigo.

Bendita entre as mulheres

E bendito o fruto do teu ventre

Porque deste luz ao Salvador das nossas almas.

Bogoroditse Dyevo

Bogoroditse Dyevo é uma curta oração ortodoxa cristã na antiga língua eslava eclesiástica, que foi a primeira língua eslava literária.  Esta oração, em forma cantada, costuma estar presente na liturgia e nas orações vespertinas nas igrejas e mosteiros ortodoxos. É dedicada à Nossa Senhora que no credo ortodoxo é venerada como Mãe de Deus (Bogoroditse).

Muitos coros no mundo inteiro cantam esta canção, adaptada por grandes compositores como Serguei Rachmaninov, Serguei Prokofiev ou Arvo Pärt.

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